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PERVERTIDAMENTE SA

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Avatar do autor marquesarede, 12.08.06

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AS FINANÇAS ENGANAM OS CONTRIBUINTES


Os serviços de Finanças não cumprem a maioria dos objectivos que deviam servir. A conclusão é de um estudo da Deco/Proteste, segundo o qual três em cada quatro serviços não respondem a pelo menos metade das situações apresentadas ou fornecem informação errada.
O estudo envolveu 126 repartições de Norte a Sul do País e das Regiões Autónomas e permite concluir que «o fisco não é eficiente na informação que dá aos contribuintes, nem ajuda a fazer cumprir as obrigações fiscais». Os principais prejudicados são os contribuintes, que são mal informados, perdem tempo e arriscam-se a ser penalizados pelo fisco. Face a este panorama, a DECO enviou os resultados do estudo ao Ministro das Finanças.
Segundo a revista da Deco, «Dinheiro & Direitos», nenhum dos 126 serviços visitados deu uma resposta satisfatória às seis situações simuladas anonimamente ao balcão. Metade falhou em mais de três cenários. «Os números são preocupantes, já que a maioria dos contribuintes recorre às Finanças para esclarecer dúvidas e confia no que lhe é dito», acrescenta.
Os problemas surgem nas situações mais básicas, como os impostos da casa, e em questões que não deveriam levantar dúvidas: preencher anexos, indicar prazos, valores a declarar, etc. A grande maioria dos serviços (cerca de 81%) falhou no cenário do Imposto Municipal sobre Imóveis, sobretudo nos dados sobre o pedido de isenção. Cerca de metade (48%) também não soube explicar sobre que valor incide o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis.
Funcionários aconselham contribuintes a não declarar rendimentos
Numa altura em que «o Governo anuncia medidas de combate à fraude e evasão fiscal, alguns serviços aconselham os contribuintes a não declarar rendimentos», denuncia a revista. Foi o que sucedeu em sete serviços após os colaboradores anónimos da DECO Proteste perguntarem como corrigir o IRS de 2003, para incluir os dividendos de acções que se tinham esquecido de declarar.
Segundo a revista da DECO, ao longo do estudo, muitos funcionários do fisco adiaram a resposta às dúvidas e os esclarecimentos, por exemplo, para a entrega da declaração de rendimentos, o que só atrasa este procedimento. Outros remeteram os colaboradores anónimos para os serviços de apoio ao contribuinte. Nestes últimos, os resultados não foram melhores.
Para a DECO, «uma das soluções passa por dotar os funcionários das competências técnicas que, em muitos casos, não demonstram. Por um lado, dando-lhes formação adequada e regular para a função. Por outro, equipando os serviços com informação escrita sobre os temas que mais dúvidas suscitam».
Espera na fila chega a ser de hora e meia
Nas três visitas realizadas aos 126 serviços pelos colaboradores da DECO Proteste, estes estiveram meia hora, em média, na fila. Mesmo assim, foram muitos os casos em que se viram obrigados a aguardar mais de uma hora para serem atendidos.
Para a DECO, este problema poderia ser minimizado «se os serviços fossem mais eficientes e os horários mais adequados às necessidades dos contribuintes». Com excepção das repartições de Lisboa e do Porto, abertas durante a hora de almoço, as outras (83%) abrem ao público só cinco horas e meia por dia e no período em que a maioria dos contribuintes está a trabalhar: das 9 horas às 12h30 e das 14 às 16 horas. Assim, quem quiser cumprir as suas obrigações fiscais ou esclarecer dúvidas tem de faltar ao trabalho, gastar um dia de férias ou pedir a alguém que vá em seu lugar.
«As Finanças deveriam abrir as portas nas horas de almoço e/ou ter alguns serviços abertos aos sábados de manhã ou encerrar mais tarde durante a semana», reclama a DECO.